Duas das maiores empresas do mundo estiveram na Private Label Brazil 2022 para um bate-papo sobre tendências e o futuro da relação com fornecedores
Quando o assunto é Terceirização, você deve se perguntar quais as motivações de grandes indústrias para contar com parceiros em seus processos produtivos. Edgar Barbosa, Gerente Sênior de Compras e Manufatura Externa da Unilever; e Tatiana Gravena, Gerente Executiva de Manufatura Externa da Nestlé subiram ao palco da Private Label Brazil 2022 para discutir o trabalho de ambas as empresas junto a indústrias parceiras.
No bate-papo mediado por Lucas Lanzoni, sócio-fundador e CEO da Indux, Edgar afirmou que marcas renomadas procuram por terceiros a fim de aumentar suas capacidades produtivas, mas também como uma forma de inovar de maneira ágil. “Vemos os nossos terceiros como a continuação da nossa fábrica”, disse. “Existem indústrias que produzem para a Unilever há 16 anos. E o futuro dessa relação é que elas possam nos oferecer produtos inovadores e que combinem com as nossas marcas.”
Na Nestlé, Tatiana conta que a contratação de um serviço de comanufacturing acontece com o intuito de acelerar o lançamento de um produto; responder à sazonalidade dos projetos; atender aumento de demanda; testar o mercado otimizando custos e processos; ou ainda como forma de viabilizar operações em locais distantes. De 2017 a 2021, ela diz ainda que, somente no Brasil, o número de projetos da Nestlé com terceirização aumentou em 140%.
Terceirização: uma via de mão dupla
Outra parte essencial dessa parceria é que terceiros estejam dispostos a atender às exigências das empresas. “Os requisitos são muitos e não abrimos mão deles”, afirmou Tatiana. “O mais importante é que queremos ensinar a nossa forma de fazer. Temos uma gama de recursos e de conhecimento adquirido que sempre compartilhamos. Todos os nossos parceiros de longo prazo nos agradecem por isso.”
A especialista afirma que as regras internas da Nestlé vão muito além das normas da legislação brasileira, tudo para garantir sempre a melhor qualidade ao cliente final. “Internamente, discutimos bastante como viabilizar essa longa lista de exigências. De novo, uma parceria consolidada fará com que possamos cobrar, mas também contribuir. E quando o terceiro está disposto a fazer isso, os benefícios são inúmeros”, disse.
Edgar complementou afirmando que, embora a entrada no mercado de grandes players não seja fácil, o primeiro passo para começar a terceirizar é a indústria se ver nessa posição de exigência, tendo em dia todas as certificações e validações. “Cobramos muito, mas damos diretrizes, mão-de-obra. Pergunte-se: estou cumprindo os procedimentos? Se sim, vá bater na porta da Unilever. Estamos famintos por ideias!”.
Essa proatividade, no entanto, precisa estar alinhada a questões sociais e ambientais. “A sustentabilidade deixou de ser uma meta e se tornou o DNA da Nestlé. Por isso, queremos que os parceiros nos tragam soluções”, afirmou Tatiana. Na Unilever, Edgar conta que a sustentabilidade é o core business da empresa. “Precisamos garantir que os parceiros cumpram essas exigências, trazendo benefícios para a sociedade e o planeta.”
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